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Dossiê de 2026-1: Encantamento e desencantamento na literatura: o sagrado e seus anseios

Organização:

Eduardo Guerreiro Losso (Centro de Letras e Artes - CLA/UFRJ)

Lucas Bento Pugliesi (Centro de Letras e Artes - CLA/UFRJ)

Letícia Tury Guimarães Nascimento (Instituto de Filosofia e Ciências Humanas - IFCH/UERJ)

Cleide Maria de Oliveira (CEFET-MG)

 

Data limite para submissão de artigos: 1º de outubro de 2025. 


Proposta do dossiê: Em Oniska: poética do xamanismo na Amazônia, o antropólogo Pedro Cesarino lança mão de uma abordagem particular sobre o uso da palavra em comunidades marubo. A poesia marubo, muito distante do prazer desinteressado que supostamente funda as estéticas modernas, liga-se de forma modular aos grandes cânticos etiológicos. Cada canto particular, em uma determinada circunstância, retoma um panorama cósmico, visando tornar o presente conforme aos princípios. Nesse sentido, os cantos shõki, ou seja, o uso das palavras como prática de cura, realinham os cantos saiti, a cosmologia, as palavras dos antepassados, em um movimento circular de reativação de uma atemporalidade, uma ausência de marcadores temporais no ato de enunciação.


Ao conhecer as artes da palavra marubo, estamos diante de um exemplo contemporâneo da relação entre duas instâncias que categorizamos a partir da égide da literatura e do sagrado. O arquivo que costuma ser reivindicado ao se tratar de uma “literatura ocidental” situa, às vezes um pouco antes, às vezes um pouco depois, o divórcio entre essas instâncias.

O que levaria a pensar uma tradição moderna como aquela melhor compreendida sob o prisma de um desencantamento


Se somos modernos, ainda reconhecemos que um dia, ou em um lugar, a poesia falou a língua de deuses e deusas. Uma poesia de um Outro, a quem pertence o encantamento e o poder performativo-ritual de produzir presença por meio da voz. De todo modo, mesmo dentro desse claustrofóbico arquivo, em constante rearranjo, é possível ver o eclodir de expressões que se colocam em relação a instâncias outras, no mais das vezes, de forma ambígua. Seja revirando as bibliotecas (pretensamente) desencantadas, ou repensando os vínculos entre a religiosidade popular e a imaginação literária, esse dossiê propõe se voltar aos elos possíveis (e especulativos) entre literatura e sagrado.


Esperamos acolher materiais dos mais diversos que se voltem a espécimes modernos, antimodernos, antigos, contemporâneos, nas múltiplas modalidades de palavra que tocam o que se imagina além dos olhos sensíveis, refletindo sobre os descaminhos entre encantamento, desencantamento e reencantamento do mundo.


O dossiê é derivado do último encontro do VIII Encontro do GT Literatura e Sagrado na XXXVII ENANPOLL de 2023 da Anpoll e do IX Encontro do GT Literatura e Sagrado, de 2024, disponível em https://www.youtube.com/@GT-LiteraturaeSagrado


A Revista Terceira Margem é uma publicação quadrimestral (a partir de 2019) do Programa de Pós-graduação em Letras (Ciência da Literatura) da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Divulga pesquisas nas áreas de Teoria Literária, Literatura Comparada e Poética, voltadas para literaturas de língua portuguesa e línguas estrangeiras, clássicas e modernas, contemplando suas relações com filosofia, história, artes visuais, artes dramáticas, cultura popular e ciências sociais. Também se propõe a publicar resenhas críticas, para avaliação de publicações recentes. Buscando sempre novos caminhos teóricos, Terceira margem segue fiel ao título rosiano, à inspiração de um pensamento interdisciplinar, híbrido, que assinale superações de dicotomias em busca de convivências plurívocas capazes de fazer diferença.


É exigido que o autor possua o doutorado completo para submeter artigos. Serão aceitos artigos de mestrandos e doutorandos, desde que em parceria com um doutor.


Confira o novo Dossiê da Terceira Margem!


Este número da Revista Terceira Margem foi dedicado ao tema “Mística e subjetividade”. Os artigos que o compõem debatem um conjunto diverso de desafios e perspectivas teóricas a cerca da interface entre mística, arte, religião e problematização do “eu”. Assim, desde uma pluralidade de referenciais teóricos e campos de saber, o eixo temático do dossiê – graças ao caráter paradoxal do mistério e à condição da subjetividade diante do Outro, evocado e inferido pela “experiência mística”– proporciona um amplo arco de percursos hermenêuticos. (Marcelo Martins Barreira e Eduardo Guerreiro Brito Losso)


Canal do Youtube do GT – Literatura e Sagrado

05 e 17 de abril ,03 e 15 de Maio

 

SUZI FRANKL SPERBER (UNICAMP), EDUARDO GUERREIRO LOSSO (UFRJ), JULIANA PASQUARELLI PÉREZ (USP) – FORMAÇÃO E HISTÓRIA DO GRUPO - https://www.youtube.com/watch?v=Fqw6WsXs0CA

 

EDIMILSON DE ALMEIDA PEREIRA (UFJF) – POÉTICAS DO SAGRADO, DESDE DENTRO, DESDE FORA.

DEBATADORES: ADNA CANDIDO PAULA (UFVJM) E LUCAS BENTO PUGLIESI (UFRJ) - https://www.youtube.com/watch?v=osCl136TOH0&t=2568s

 

CRISTINA HENRIQUE DA COSTA (UNICAMP) – PAUL RICOEUR: UM MAL MAIOR QUE O SAGRADO.

DEBATEDORES: SANDRA LUNA (UFPB), EDUARDO GUERREIRO LOSSO (UFRJ).

 

LEANDRO GARCIA (UFMG) – ALCEU AMOROSO LIMA: CULTURA, RELIGIÃO E VIDA LITERÁRIA.

DEBATEDORES: MARCELO TIMOTEO (UNIVERSO) E CLEIDE OLIVEIRA (CEFET-MG).

 

 

 

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